No seu primeiro CD, gravado em 1997 pela Dabliú, Augusto apresenta um repertório com canções de Gonzaguinha, Luiz Melodia, Cartola, Baden Powell, Dori Caymmi, Chico Buarque, entre outros, além da participação de músicos consagrados como Paulo Malaguti, Vittor Santos, Marcelo Bernardes, Luiz Alves, Paulo Muylaert, Beto Cazes, Ovídio Brito, Josimar Monteiro e Dirceu Leite.
Direção Musical: Paulo Malaguti
Projeto Gráfico: Henrique Peixoto
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O samba, brasileirice máxima, permeia todo o CD: de João Nogueira e Paulo César Pinheiro em “Súplica” a Djavan em “Samba Dobrado” e “Muito Obrigado”; de Sombrinha, Arlindo Cruz e Luiz Carlos da Vila em “O Show tem que Continuar” a Badem Powell e Vinicius de Moraes em “Pra que Chorar”.
O CD Reúne ainda a tradição e a modernidade: Cartola e Luiz Melodia. O primeiro aparece em “Cordas de Aço”, no arranjo primoroso de Josimar Monteiro com flauta de Dirceu Leite. O segundo é reinventado em “Mistério da Raça”.
Já a carioquice de Augusto aparece na inédita “Meu Rio” (Humberto Teixeira da Silva e Nelcy Noronha), que canta as belezas e paixões da Cidade Maravilhosa. A pluralidade do CD transparece ainda na forma dos arranjos: do minimalismo de “Meu Silêncio” (Cláudio Nucci) à vibração de “Pois é, seu Zé!” (Gonzaguinha).
Paulo Malaguti é um capítulo à parte. Augusto o conheceu através de sua professora de canto, Clara Sandroni. Sintonia fina desde o primeiro encontro. Paulinho “Pauleira”, como é chamado pelos amigos mais chegados, é pianista e arranjador de mão cheia. Sensível, quase silencioso e dedicado, com sua competente Direção Musical costurou esse caleidoscópio brasileiro.
Músicos? Primorosos. mais detalhes é melhor conferir no “FAIXA A FAIXA”.
Ficha Técnica:
Gravado no MM Estúdio (RJ) entre novembro de 1995 e julho de 96.
Masterizado no Estúdio Vison Digital por Renato Pinto.
Técnico de Gravação e Mixagem: Fabrízio de Francesco com participação de Paulo Brandão em “Muito Obrigado” e “Samba Dobrado”.
Produção e Arranjos: Paulo Malaguti, com exceção de “Nasci pra Sonhar e Cantar”, “Cordas de Aço” e “Súplica”, produzidas e arranjadas por Josimar Monteiro e “Hoje”, produzida e arranjada por Renato Alvim.
Direção Musical: Paulo Malaguti
Projeto Gráfico: Henrique Peixoto
Editoração Eletrônica: Elias Mello
Fotos: Vinícius Pequeno
Foto Beth Carvalho: Mariza Ebbres
Pois é, seu Zé – Editora Musical BMG Arabella Ltda.
Muito obrigado – Editora Musical BMG Arabella Ltda.
O show tem que continuar – Warner Chappell Edições Musicais Ltda.
Coração sem saída – EMI Music Publishing Brazil
Meu silêncio – Sony Music Publishing Brazil
Todo sentimento – EMI Music Publishing Brazil e Marola Edições Musicais Ltda.
Mistério da Raça – Warner Chappell Edições Musicais Ltda.
Nasci pra sonhar e cantar – Warner Chappell Edições Musicais Ltda.
Cordas de aço – EMI Music Publishing Brazil
Hoje – Editora Irmãos Vitale S. A.
Samba dobrado – Editora Musical BMG Arabella Ltda.
Pra que chorar – Editora e Importadora Fermata Ltda.
Meu Rio – Autorização direta dos autores
Súplica – Warner Chappell Edições Musicais Ltda.
Agradecimentos: Sônia, Alair, Eliete, Gustavo Martins, Beth Carvalho, Blanco, Clara Sandroni, Costa Netto, Elias Mello, Fabrízio, Henrique Peixoto, Israel Meirelles, Josimar Monteiro, Paulo Malaguti, Renato Alvim, Silvana, Túlio Feliciano, José Fernando Bastos, Alfredo Bip, Áurea Martins, Ângela Góes, Ana Braga, Cidinha e João Paulo, Cláudia Pessoa, Cláudia Drummond, Délcio Carvalho e Bertha, Didu Nogueira, Dylson Fonseca, Mariza Ebbres, Ricardo Vieira e Celma Padilha, Tércio Borges, Tônia e Alexandre, Valéria e Antônio Libório, Vinícius Pequeno.
Confira as letras das músicas:
01. POIS É, SEU ZÉ
Gonzaguinha
Quatro horas da manhã, é hora já
Vai trabalhar, levanta Zé
Cantagalo, Campo Grande, é Irajá
Qualquer lugar, se manda Zé
Pega o trem como dá
Como dá pra chegar,
Chegou às seis na Central
Amassar, amassou
Agora desamassar o sonho do coração
Vira o bolso do avesso
Tira a vida e olha que tudo tão igual
Madureira, Teresina, é Ceará,
Embariê ou Bananal
A seca já se acabou, a fome já terminou
O ano que vem já foi tão legal
O bom humor virá em suaves prestações
Pois é, falou no jornal
Liberdade, Paraíso ou Corumbá
Vai trabalhar, levanta Zé
Quatro horas da manhã, é hora já
Qualquer lugar se manda Zé
Arranjo e Teclado – Paulo Malaguti
Bateria – Edu Szajnbrum
Baixo Elétrico – Paulo Brandão
Violão e Guitarra – Paulo Muylaert
Percussão – Sidon Silva
02. MUITO OBRIGADO
Djavan
Obrigado por tudo quanto você me fez, por nada
Por nada se mata e morre de amor
Não quero parecer com nada no mundo porque
Apesar da entranha ferida de onde eu saí pro nada
Do nada também se nasce uma flor
Com todo seu poder de coloração e magia
Tudo isso é uma questão de saber, saber viver
Tudo isso é uma questão de amar pra entender
Tudo isso é uma questão de querer reconhecer
Que quem sabe tudo, nada a dizer
Nesse compasso, há espaço pra quem quis é viver
Muito obrigado, muito obrigado
Muito obrigado por tudo que eu tenho passado
Arranjo, Teclado e Baixo Sampler – Paulo Malaguti
Violão – Renato Alvim
Percussão – Beto Cazes
Sax Tenor – Marcelo Bernardes
03. O SHOW TEM QUE CONTINUAR
Sombrinha, Arlindo Cruz e Luis Carlos da Vila
O teu choro já não toca mais meu bandolim
Diz que minha voz sufoca teu violão
Afrouxaram-se as cordas e assim desafina
Que pobre das rimas da nossa canção
Hoje somos folha morta, metais em surdina
Fechando a cortina, vazio o salão
Se os duetos não se encontram mais
E os solos perderam a emoção
Se acabou o gás pra cantar o mais simples refrão
Se agente nota que uma só nota
Já nos esgota, o show perde a razão
Mas iremos achar o tom, um acorde com lindo som
E fazer com que fique bom, outra vez nosso cantar
E a gente vai ser feliz, olha nós outra vez no ar
O show tem que continuar
Nós iremos até Paris, arrazar no Olímpia
O show tem que continuar
Olha o povo pedindo bis, os ingressos vão se esgotar
O show tem que continuar
Todo mundo que hoje diz: acabou, vai se admirar
Nosso amor vai continuar
Arranjo de Teclado – Paulo Malaguti
Violão 7 Cordas – Josimar Monteiro
Cavaquinho – Neco
Violão 6 cordas – Gustavo Martins
Percussão – Ovídio
Percussão – Marcelo Moreira
Coro – Gustavo Martins, Paulo Malaguti, Ana Braga e Sônia Martins
04. CORAÇÃO SEM SAÍDA
Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro
Ah! Por toda vida a vida me ensinou
Ninguém deve chorar de mal de amor
Mas agora você foi embora
E sem querer a lágrima rolou
Não dava pra estancar a minha dor
Minha alma ficou tão doída e a tristeza resolveu chegar
Coração terminou sem saída
Porque a vida disse que um homem não chora
Acho que agora a vida se enganou
Pois em questão de amar nem tudo é flor
E é bom chorar de mal de amor
Arranjo e Teclado – Paulo Malaguti
Violão – Zé Carlos
Baixo Acústico – Luiz Alves
Percussão – Edu Szajnbrum
Harmônica – Israel Meirelles
05. MEU SILÊNCIO
Cláudio Nucci e Luiz Fernando Gonçalves
Velho companheiro
Que saudade de você
Onde está você
Choro nesse canto a tua ausência, teu silêncio
E a distância que se fez tão grande
E levou você de vez daqui
Sabe companheiro
Algo em mim também morreu
Desapareceu, junto com você
E hoje esse meu peito mutilado
Bate assim descompassado
Que saudade de você
Arranjo e Piano Elétrico – Paulo Malaguti
06. TODO SENTIMENTO
Cristóvão Bastos e Chico Buarque
Preciso não dormir até se consumar o tempo da gente
Preciso conduzir um tempo de te amar
Te amando devagar e urgentemente
Pretendo descobrir, no último momento,
Um tempo que refaz o que desfez
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez
Prometo te querer até o amor cair doente, doente
Prefiro então partir a tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente
Depois de te perder, te encontro com certeza
Talvez no tempo da delicadeza
Onde não diremos nada, nada aconteceu
Apenas seguirei como encantado ao lado teu
Arranjo e Teclado – Paulo Malaguti
Violão – Zé Carlos
Baixo Acústico – Luiz Alves
Percussão – Edu Szajnbrum
Harmônica – Israel Meirelles
07. MISTÉRIO DA RAÇA
Luiz Melodia e Ricardo Augusto
Vim de lá
Vim da praça, mistério da raça,
Cachaça pra se beber, se beber
Qualquer um
No enredo da graça nós somos cachaça pra se beber, se beber
Lado sul, eu freqüento Ipanema
Sistema, cachaça pra se beber, se beber
No sonho dos meus sonhos
Quando eu sonho o mundo está pra se acabar
No fato, no relato, quando eu passo
O mundo está pra se acabar
Quem não pisa na terra não sente o chão
Luz é vida, é pulsação
Luz é vida, é pulsação
Luz é vida, é pulsação
Arranjo e Teclado – Paulo Malaguti
Baixo Elétrico – Papito
Guitarra – Paulo Muylaert
Sax Soprano – Marcelo Bernardes
Bateria e Percussão – Edu Szajnbrum
08.NASCI PARA SONHAR E CANTAR
D. Ivonne Lara e Délcio Carvalho
O que trago dentro de mim preciso revelar
Eu solto um mundo de tristeza que a vida me dá
Me exponho a tanta emoção
Nasci para sonhar e cantar
Na busca incessante do amor que desejo encontrar
Tanta gente por aí que não terá
A metade do prazer que sei gastar
Dou amor, sou madrugada
Que padece e não esquece
Que há sempre um amanhã
Para o seu pranto secar
Arranjo e Violão – Josimar Monteiro
Baixo Elétrico – Ney Conceição
Bateria – Sérgio Vieira
Teclado – Eliane Salek
Percussão – Paulino Dias
Sax e Clarinete – Dirceu Leite
09. CORDAS DE AÇO
Cartola
Ah! Essas cordas de aço
Esse minúsculo braço do violão
Que os dedos meus acariciam
Ah! Esse bojo perfeito que trago junto ao meu peito
Só você violão compreende porque perdi toda a alegria
E no entanto meu pinho
Pode crer, eu adivinho
Aquela mulher até hoje está nos esperando
Solte o seu som da madeira
Eu, você e a companheira
À madrugada iremos pra casa cantando
Arranjo e Violão 7 Cordas – Josimar Monteiro
Flauta – Dirceu Leite
10. HOJE
Taiguara
Hoje trago em meu corpo as marcas do meu tempo
Meu desespero, a vida num momento
A fossa, a fome, a flor, o fim do mundo
Hoje trago no olhar imagens distorcidas
Cores, viagens, mãos desconhecidas
Trazem a lua, a rua às minhas mãos
Mas hoje as minhas mãos enfraquecidas e vazias
Procuram nuas pelas luas, pelas ruas
Na solidão das noites frias por você
Hoje homens sem medo aportam no futuro
Eu tenho medo, acordo e te procuro
Meu quarto escuro é inerte como a morte
Hoje homens de aço esperam da ciência
Eu espero e abraço a tua ausência
Que é o que me resta vivo em minha sorte
Ah! Sorte, eu não queria a juventude assim perdida
Eu não queria andar morrendo pela vida
Eu não queria amar assim como eu te amei
Arranjo e Violão Solo – Renato Alvim
Violão Base – Gustavo Martins
Harmônica – Israel Meirelles
11. SAMBA DOBRADO
Djavan
Vai ser pior ainda quando amanhecer
Tudo que se tem pra cantar, não dá pra embalar, nem pra devolver
O direito de escolher a música melhor pra se dançar
Quem faz parte dessa cena, pode rodar
Pra cumprir a mesma pena não é preciso ensaiar
Tá combinado
Basta aprender sambar dobrado
Basta aprender sambar dobrado
Basta aprender sambar dobrado
Basta aprender sambar dobrado
Arranjo, Teclado e Baixo Sampler – Paulo Malaguti
Violão – Renato Alvim
Percussão – Beto Cazes
Sax Tenor – Marcelo Bernardes
12. PRA QUE CHORAR
Baden Powell e Vinícius de Moraes
Pra que chorar
Se o sol vai raiar, se o dia vai amanhecer
Pra que sofrer se a lua vai nascer e é só o sol se por
Pra que chorar se existe amor
A questão é só de dar, a questão é só de dor
Quem não chorou, quem não se lastimou
Não pode nunca mais dizer
Pra que chorar, pra que sofrer
Se há sempre um novo amor em cada amanhecer
Arranjo e Teclado – Paulo Malaguti
Violão 7 cordas – Josimar Monteiro
Cavaquinho – Neco
Violão 6 Cordas – Gustavo Martins
Percussão – Ovídio
Percussão – Marcelinho Moreira
Trombone – Vittor Santos
Coro – Gustavo Martins, Paulo Malaguti, Ana Braga e Sônia Martins
13. MEU RIO
Humberto Teixeira da Silva e Nelcy Noronha
Rio, beleza de um sonho
És na verdade criança
És a esperança, és o amor
Meu Rio
Gota de Orvalho mais linda que o céu já chorou
E bem no seio da flor tão feliz lá ficou, assim
Flor, este brasil imenso que sofre sorrindo
Gota de Orvalho, meu Rio que é de Janeiro
Sebastião, nosso santo, fiel padroeiro
Rio do samba, da bola, da praia e do mar
Rio do povo alegre que vive a cantar, porque
Rio beleza de um sonho
És na verdade criança
És a esperança, és o amor
Meu Rio
Arranjo e Teclado – Paulo Malaguti
Violão – Gustavo Martins
Baixo Elétrico – Paulo Brandão
Bateria – Edu Szajnbrum
Percussão – Sidon Silva
Harmônica – Israel Meirelles
14. SÚPLICA
João Nogueira e Paulo César Pinheiro
O corpo, a morte leva
A voz some na brisa
A dor sobe pras trevas
O nome, a obra imortaliza
A morte benze o espírito
A brisa traz a música
Que na vida é sempre luz mais forte
Ilumina a gente além da morte
Vem a mim, ó música!
Vem no ar
Ouve de onde estás a minha súplica
Que eu bem sei, talvez não seja a única
Vem a mim, ó música
Vem secar do povo as lágrimas
Que todos já sofrem demais
E ajuda o mundo a viver em paz
Arranjo e Violão 7 Cordas – Josimar Monteiro
Cavaquinho – Tércio Borges
Baixo Elétrico – Ney Conceição
Bateria – Sérgio Vieira
Percussão – Paulino Dias
Clarinete e Trombone Sampler – Dirceu Leite